Deterioração morfológica valvar:
Evidência de deterioração valvar estrutural, disfunção valvar/não estrutural
(exceto leak paraprotético ou mismatch), trombose ou endocardite sem mudanças
hemodinâmicas significativas
Moderada deterioração hemodinâmica valvar:
↑Δ grad. médio ≥ 3 mmHg com grad. médio ≥ 5 mmHg + ↓Δ OEA ≥ 0,5 cm²
ou
Nova ocorrência ou ↑Δ 1 grau de IM protética, resultando em IM de grau ≥ moderado
Importante deterioração hemodinâmica valvar:
↑Δ grad. médio ≥ 5 mmHg com grad. médio ≥ 10 mmHg + ↓Δ OEA ≥ 1,0 cm²
Nova ocorrência ou ↑Δ 2 grau de IM protética, resultando em IM de grau importante
📌 Legenda
↑Δ = Aumento do parâmetro
↓Δ = Diminuição do parâmetro
OEA = Área do Orifício Efetivo
IM = Insuficiência Mitral
grad. = Gradiente
PHT = Pressure Half-Time (Tempo de Meia Pressão)
| Parâmetro |
Normal |
Possível obstrução |
Obstrução significativa |
| Estrutura e movimento valvar |
Normal |
Frequentemente anormal* |
Anormal* |
| Envelope do fluxo transprotético ao Doppler espectralb |
Pico triangular, precoce |
Triangular a intermediário |
Completo, simétrico |
| Tempo de meia pressão (ms)b |
< 130 |
130-200 |
> 200 |
| Dependente do fluxo |
| Velocidade de pico (m/s)c,d,f |
< 1,9 |
1,9-2,5 |
≥ 2,5 |
| Gradiente médio (mmHg)c,d,f |
< 5 |
6-10 |
≥ 10 |
| Aumento do gradiente médio durante eco de estresse |
< 5 |
5-12 |
> 12 |
| Aumento do gradiente médio no seguimento |
< 3 |
3-5 |
> 5 |
| Independente do fluxo |
| Área do orifício efetivo (cm²)c,e |
≥ 2 |
1-2 |
< 1 |
| Área do orifício efetivo vs. valor de referência normala |
Referência ± 1DP |
< Referência - 1DP |
< Referência - 2DP |
| Diferença (medida AEO – AEO de referência) (cm²)c |
< 0,25 |
0,25-0,35 |
> 0,35 |
| Índice de velocidade Dopplerc,d,e,g |
≥ 2,2 |
2,2-2,5 |
> 2,5 |
Notas:
a Consultar Tabela 7 para valores normais de referência para a área efetiva do orifício
b Melhor avaliado por Doppler contínuo da posição apical
c Valores dependentes do tamanho da prótese valvar
d Valores derivados de múltiplos tipos de próteses
e Esses parâmetros podem ser difíceis de calcular por causa de angulação e/ou outros fatores e podem não ser reproduzíveis
f Para próteses mitrais, valores de referência podem variar significativamente com o tipo e tamanho da prótese
g Para válvula mitral: DVI = VTICSVE / VTI transmitral
* Frequentemente anormal = espessamento, calcificação, restrição de movimento; Anormal = espessamento grave, calcificação extensa, restrição grave de movimento
| Parâmetro |
Normal/Leve |
Moderada |
Importante |
| Gradiente médio (mmHg) |
< 5 |
5-10 |
> 10 |
| Área valvar efetiva (cm²) |
> 2,0 |
1,0-2,0 |
< 1,0 |
| PHT (ms) |
< 130 |
130-200 |
> 200 |
| Velocidade de pico (m/s) |
< 1,9 |
1,9-2,5 |
> 2,5 |
| Índice de Desempenho |
≥ 0,8 cm²/m² |
0,6-0,8 cm²/m² |
< 0,6 cm²/m² |
Importante: Os valores podem variar conforme o tipo de prótese (mecânica vs. biológica) e o tamanho implantado. Sempre comparar com valores basais do paciente quando disponíveis.
💡 Importantes Considerações Clínicas
1. Avaliação Multiparamétrica: A classificação da deterioração deve considerar múltiplos parâmetros, não apenas um isolado.
2. Comparação com Exames Prévios: A detecção de mudanças ao longo do tempo é essencial para o diagnóstico de deterioração.
3. Contexto Clínico: Os achados devem ser sempre interpretados considerando a condição clínica do paciente, incluindo sintomas e capacidade funcional.
4. Valores Basais: Idealmente, deve-se ter um ecocardiograma basal pós-implante (6-12 semanas) para comparação futura.
5. Tipo de Prótese: Próteses biológicas e mecânicas têm padrões hemodinâmicos diferentes. Sempre considere o tipo específico da prótese implantada.
6. Mismatch Prótese-Paciente: Diferencie deterioração estrutural de mismatch prótese-paciente, que pode estar presente desde o implante.
⚠️ Atenção Especial
Próteses Mitrais: A avaliação hemodinâmica pode ser mais desafiadora que nas próteses aórticas devido a:
• Variabilidade maior com frequência cardíaca
• Influência de arritmias (especialmente fibrilação atrial)
• Maior dependência do débito cardíaco
• Dificuldade técnica em obter janelas acústicas adequadas
Sempre correlacione achados ecocardiográficos com quadro clínico!